[It is still pretty what with all these leaks, we'll be fine. Well if it's still pretty what with all these leaks we'll be fine... (Interpol)]
Ia eu com minhas atribulações, problemas e aflições a caminhar pela rua. Ontem tive de acordar mais cedo que o usual. Pagar algumas contas pendentes antes do horário do trabalho, porque depois eu não teria tempo disponível. Ia eu pela rua, com a cabeça à mil. Muitas contas a pagar, pouco dinheiro a receber. Um déficit pouco desejável no momento. Mas as contas tinham de ser pagas, e com urgência, pois eu deveria rumar para meu trabalho logo após isso e não deveria chegar atrasado.
Ia eu caminhando com meus pensamentos longínquos, os olhos a fitar o chão. Estava eu em um daqueles momentos egoístas em que o mundo se torna antropocêntrico. E esse centro era eu. Eu e minhas dívidas. Eu e minhas pernas com seus passos rápidos.
Eis que veio a parte interessante de meu dia e que me fez refletir por muito. Eu passava por uma loja em que se consertam aparelhos eletrônicos. Televisões, aparelhos de rádio, toda a parafernália desse gênero. Na frente da loja havia um rapaz preocupado, ele me olhou e me pediu ajuda.
Ele havia deixado para conserto uma televisão 29”. Detalhe a ser ressaltado: é difícil um homem carregar o referido aparelho sozinho e na loja, havia apenas duas senhoras que pouco dispunham de força. E na minha correria e pressa de pagar meus débitos fui interrompido.
- Com licença amigo, você pode me ajudar por um instante?
Confesso, com um pouco de vergonha, que olhei para o relógio e pensei em seguir em frente, mas parei.
- Pois não?
- Preciso de ajuda para carregar uma televisão da loja até o carro.
- Tudo bem.
Ainda relutante, ajudei-o. Entramos na loja, pegamos o televisor e o colocamos no carro do desconhecido. Minha surpresa foi uma atitude minha após uma pergunta do homem. Não sou o mínimo hipócrita ao descrever aqui o que fiz, porque nem mesmo eu entendo o porquê dessa atitude.
- Amigo, quanto lhe devo pela ajuda?
- Nada.
O homem fez um gesto de que iria pegar sua carteira.
- Não precisa.
- Obrigado. Que Deus lhe ajude.
Virei minhas costas e segui para os débitos. Perdi alguns minutos e deixei de ganhar alguns trocados, mas a minha satisfação não poderia ter sido paga por eles. Seria muito mais fácil eu dizer um preço e transformar uma boa ação em trabalho. Não sei a causa de não ter feito isso, mas me senti bem por ter feito.
Quantas vezes viramos as costas sem ajudar? Talvez este texto ficasse melhor no Zeh Reitera, mas aqui o coloquei. E digo: são nessas pequenas atitudes que podemos ver que ainda há bondade nesse mundo insano coberto por ganância, ódio e destruição.
Não sei, apenas sei que fiz...
3 comentários:
E fizest mt bem sim, valeu um sorriso por aqui (:
O que é "Zeh Reitera"?
Gosto da imagem!
E o teu detector de visitas anda um bocadinho deslocado, eu cá não sou de Lisboa :p
*
Sorrisos são sempre bons...
E meu detector de visitas é louco mesmo...
Tem que combinar com o blogueiro...
:P...
É difícil de ser isso por aí, meus parabéns.
Um imeeenso beijo para você.
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