quinta-feira, 13 de novembro de 2008

I miss you...



[E é só você que tem a cura do meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi... (Legião Urbana)]


A saudade me abraça nesse meio de noite. Ainda é cedo. Sempre é cedo. E tenho saudades de escrever. A vida acabou se tornando tão atribulada nos últimos dias que esqueci da minha terapia frente aos verbos, substantivos, adjetivos. Esqueci-me da paz que tenho ao refletir sobre algo. Calmo, sereno, esquecendo das regras, do tempo, pensando nos passos que estou dando.
Que saudade tremenda. Saudades de tudo. Saudade de acariciar a sua face, de olhar em seus olhos, de abraçá-la. Tenho saudade também das conversas, e do silêncio que fazia de vez em quando. O qual fazia com que o riso aparecesse sem pedir licença. Tenho saudade de sentar ao lado dela. Tanta saudade me faz lembrar. E ao me lembrar fico um tanto nostálgico.
Lembro-me da primeira vez em que a vi. Fiquei extasiado, mas a ocasião forçava-me a me conter. Era fim de tarde. Havia muitas coisas em minha cabeça. Não me recordo no que eu pensava. Já faz muito tempo isso. Mas eu me recordo dela. É o que basta. Eu poderia ficar dias e dias falando sobre esse encontro despretensioso. Mas não pretendo. Levaria muito tempo. Tempo muito bem perdido é verdade.
Porém é um tanto melancólico ficar falando sobre o passado. E também é estranho olhar para o presente. Cheio de saudade. Cheio de esperanças. Com algumas expectativas. Cheio de incertezas. Incertezas que aprendi a manusear ao longo do tempo. Mas confesso que todo o conhecimento que tenho, tudo o que já aprendi, sucumbe quando estou frente a ela. Sempre é algo inesperado, primoroso ou desastroso. Qualquer previsão feita anteriormente desaba na primeira palavra.
Estremeço quando isso ocorre. Tenho vontade de correr. Mas já estou cansado de fugir. Fugi demais em minha vida e acabei por perder muitas coisas. Tento buscar lá no fundo a coragem que me falta quando as primeiras palavras teimam em se esconder atrás dos meus lábios. Entretanto, toda ajuda nesse momento é pouca. Queria ter nascido com um manual de instruções para saber o que fazer. No entanto, se o tivesse, o momento perderia sua graciosidade.
Talvez esteja aí o segredo. O encanto possivelmente esteja na simplicidade dos atos. Nos imprevistos que ocorrem. Na falta de um emaranhado de textos que ensinem o que fazer. Na ineficácia de algo pré-programado. Só ela, eu, conversando, se olhando, silenciando. Sorrindo.

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