domingo, 16 de novembro de 2008

Must love dogs...

[Eu procuro um amor, que ainda não encotrei. Diferente de todos que amei. Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver, e as feridas dessa vida, eu quero esquecer... (Frejat)]


Nunca assisti Dr. Jivago. Tampouco li Pasternack. Embora no presente momento eu tenha uma imensa vontade de fazer ambos. Adquiri certo fascínio pelo romance. Espero logo poder saciar minha curiosidade. Mesmo já sabendo boa parte da história. Mas não foi um filme ou um livro o que mais me chamou a atenção. Fora uma personagem fictícia. Uma personagem com a qual muito me identifiquei e mais ainda me intriguei. Como pode fictício ser tão parecido com real?
Na verdade não é tão parecido. Não tenho a mesma idade. Nem fabrico barcos de corrida com minhas próprias mãos. Muito menos me chamo Jake. Mas a cada cena eu tinha uma surpresa diferente. Modo de pensar parecido, atitudes parecidas. Até frases parecidas. A verdade é que a figura mítica Jake existe. Existe dentro de muitos. Mas em mim, tem grande parcela na minha personalidade. É o que eu sou. Não retrato perfeito, mas retrato esboçado. Figura presente em meu dia-a-dia.
Eu me assistia. Eu me via em um roteiro. Talvez um dia eu encontre minha Sarah e tenha bons momentos. Mas por enquanto, sigo com minha sina. Sina de ajudar os outros e esquecer-se de mim mesmo. Estender a mão quando sou eu quem precisa de ajuda. Acreditar nas pessoas antes de ter prova de confiança. Gostar das pessoas sem ter motivo. Dar carinho após receber um tapa no rosto. Aconselhar a mão que me apedreja.
Eu bem poderia ser um desgraçado, medíocre, hipócrita e pestilento. Às vezes também desejo ser todas essas coisas. Porém é nessa exata hora em que me lembro dos sorrisos que já proporcionei. E em poucos segundos essa idéia desaparece de minha mente. Às vezes tenho vontade de jogar tudo para o alto. Ir morar em uma cidadezinha pequena. Levar uma vida monótona, onde talvez eu pudesse encontrar o que tanto procuro. O meu lugar.
Interessantemente, não espero ansioso pelo meu final feliz. Também sou cheio de incertezas e manias. Cheio de teorias furadas de filósofo de final de semana. Tenho muito ainda a aprender. Apreender. Mas acho interessante o ponto de vista da maioria. Sempre olham o que ainda não se sabe. Nunca o que se sabe com maestria. Talvez eu nunca encontre minha Sarah. Talvez fique sozinho. Todavia, prefiro ficar sozinho a fingir ser o que não sou. Prefiro ser eu mesmo, por mais alto que seja o preço, por mais que doa.

Nenhum comentário: