quarta-feira, 27 de abril de 2011

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["De todos os planos eu já desisti, deixei para trás tudo o que consegui..." (Glória)]


Sei de poucas verdades no momento caro amigo, mais que um desabafo, o texto anterior refere-se a um passado recente que há pouco foi deixado na estrada, enterrado no asfalto quente. Com ele, repousam no esquecimento muitos planos, expectativas frustradas, mágoas das quais você foi um grande confidente.
Mas também se refere a fatos novos. O que você e outros tantos amigos rogavam a este humilde ser, começou-se por um esboço cerca de um mês e meio atrás. Talvez você não se lembre de certa vez que lhe falei de dois contos nacionais de mesmo nome, "O espelho", um de Machado e outro de Guimarães Rosa. Eu lhe falava das similaridades de ambos, personagens que não se viam frente a um pedaço de vidro. Digo-lhe que passei por esse processo nos últimos meses.
Após perder e desistir de "tudo", como você bem presenciou, os dias foram de um vazio que me tragava e, aos poucos, construía um muro ao meu redor.
Porém, esse muro foi lentamente sendo derrubado por outrem, por sorrisos, por abraços, por carinho, por felicidade. Estou voltando a me refletir no temido espelho com o passar das semanas. Não é tão simples deixar uma vida para trás, mas ela tinha de ser deixada. Com uma calma que nunca antes tive e uma confiança na incerteza do amanhã vou caminhando por essa estrada que se abre logo em frente.

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