segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Gravidade...


Outro dia me falaram sobre a lei da gravidade, até fiquei interessado sobre o assunto. Passei a me questionar a respeito disso, e outros vários assuntos foram surgindo. Alguns deles não mereciam sequer aquele instante de atenção que eu estava lhes dando. Porém, outros me cativaram, despertaram certo carinho ao admirá-los. Admirava como um bobo as coisas ao redor da afamada lei da gravidade.
Havia pessoas, lugares, percepções. Havia céu, mar, sol, vento. Ah, sim!!! O vento... A sensação do vento... Ele me carregou, me arrastou. Para longe, muito longe. Era como se eu divagasse por um mundo onde leis não se faziam presentes, onde não havia estatísticas, não havia números. Um local onde o caos não reinava. Onde eu jamais estive, e onde eu quero para sempre permanecer.
E quanto à lei da gravidade, ela só existe para os que a querem, para os que a respeitam. Existem diversas maneiras de burlá-la. Eu encontrei o vento, e ele me deu asas.

Homenagem a uma assídua leitora...

sábado, 13 de setembro de 2008

Quero sentir...


Apenas quero sentir aquilo que me faz bem perto de mim, quero sentir a liberdade tocar meus olhos, quero sentir a poesia traduzir meus sentimentos, quero sentir a vida suspirar em minha porta, quero sentir a beleza próxima às minhas mãos, quero sentir o dia agraciar a minha face, quero sentir a noite trazer alento aos meus pensamentos, quero sentir a música adentrar meus ouvidos, quero sentir partindo as coisas não ditas, quero sentir as estrelas ao meu alcance, quero sentir o tempo passar lentamente, quero sentir a dureza de uma queda, quero sentir o ar inflar meus pulmões, quero sentir a inquietude do silêncio, quero sentir a santidade do perdão sair entre meus lábios, quero sentir a crença no amanhã, quero sentir a riqueza da simplicidade dos detalhes.

Eu só quero ter asas, para voar para longe do que um dia eu fui, para poder estar perto do que um dia eu serei.

Ando devagar...

porque já tive pressa... Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe. Só levo a certeza de que muito pouco eu sei. Eu nada sei...


Eu apenas ando. Não sei para onde. Desconheço até hoje a razão que me leva a ela. A essa estrada que muitos temem, mas que eu conheço como a palma da minha mão. Vou andando sozinho, calmo, sereno. Desfrutando da paz que essa viagem me proporciona.
Em alguns momentos, o vento se torna meu companheiro, e traz aquela brisa gélida de inverno que paralisa por instantes os meus pensamentos. Mas mesmo assim, continuo andando. Longe de tudo, longe de todos.
De vez em quando me flagro relembrando sonhos que há muito deixei para trás. Mas que nem por isso são ausentes em meu presente. Foram eles que deram lugar a novos.
Às vezes minhas pernas cambaleiam, mas apenas a recompensa de poder ver o que está ao meu redor apaga qualquer vestígio de dor. Ela se torna mera coadjuvante em um espetáculo infinitamente maior.
Vou sem pressa, nada do que está às margens da estrada exige lentidão, mas eu me demoro apenas para apreciá-las calmamente, para tentar entender um pouco da sua beleza. E quando elas não podem ser entendidas, somente me retenho a admirá-las.
Às vezes me sinto um tanto perdido, sinto como se estivesse vagando em meio ao nada. Mas a estrada sempre continua à minha frente. Eu tenho a ela, e ela a mim. E às vezes é a única coisa de que preciso.
E eu simplesmente ando. Sem pretextos, sem anseios, sem rumo, sem hora para partir, sem hora para chegar.
Apenas ando.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

De braços abertos...

Há muito tempo não sentia essa paz que me invade e explode em milhões de partículas de felicidade. Redescobri o que é um sorriso de criança, relembrei o que é não pensar em nada por um instante, recordei o que é brincar de descobrir desenhos em nuvens. Lembrei de como é ter a alegria e a inocência dos olhos de um bebê, mas não esqueci da sabedoria refletida pelos olhos daqueles que já viveram inúmeros invernos. Também lembrei do quanto é importante olhar para o vazio e não refletir sobre nada, e apenas rir. Rir incessantemente, descontroladamente. Senti novamente aquela sensação de liberdade que o vento nos traz quando toca nossa face. Senti novamente a extraordinária sensação de esperança após o sol se pôr e nascer no dia seguinte. Senti a fragilidade de uma respiração, e a continuação da vida após outra, e outra, e outra. Percebi a beleza e a simplicidade daquelas pequenas coisas que nos tornam felizes, e que esqueci de ver por tanto tempo. E o mais importante de tudo, lembrei que o futuro é incerto, e que virão acontecimentos bons e ruins, mas que devo estar de braços abertos, para rir e aprender.

sábado, 6 de setembro de 2008

Inominável...


Quanto tempo fiquei a esperar
Por essa sensação que me consome
Trazendo ao meu ouvido, apenas o seu nome
Em um incessante sussurrar

Talvez ela dure a eternidade
Ou talvez, apenas um instante
Talvez ela me leve à felicidade
Ou se torne apenas uma lembrança distante

Talvez ela me mostre novos sentidos
Talvez ela me traga esperança
Talvez ela mude meu modo de pensar
Talvez ela relembre sonhos perdidos
Talvez ela me dê o sorriso de uma criança
Talvez ela crie um outro universo
E, talvez, ela possa se transformar
No carinho e na simplicidade de um verso

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

From sorrow to serenity...

Em determinados momentos de nossa vida, nos interrogamos sobre as adversidades que ela nos propõe diariamente. Apenas nos lamentamos pelos acontecimentos ruins, pelas desilusões, pelas decepções. E elas nunca são poucas. Cabe a nós a tarefa de decidir o que faremos a partir do momento em que elas ocorrem. Podemos simplesmente virar nossas costas, fingir que não houve nada, e sofrer silenciosamente as consequências, ou podemos retirar de cada uma delas uma lição, aprender o que cada queda quer nos ensinar. Diante disso, só nos resta uma única decisão a tomar, seremos hipócritas a ponto de negar nossas atitudes ou seremos sábios ao ouvi-las? Apenas lembrem-se que o mundo não pára para escutar nossas lamúrias... Não importa quão duras sejam as quedas, quão dolorosas sejam as perdas, quão devastadoras sejam as tempestades, parte de nós a oportunidade de encontrar o riso após uma noite pesarosa...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Arrisque-se...


Por que tememos nos arriscar?

Esse temor é o prelúdio do maior dos abismos. Uma vez à beira dele, fugir torna-se inevitável . Me refiro ao medíocre medo de uma mera tentativa, medo das possíveis consequências, medo do que virá.
Muito conhecida é a frase que diz que perdemos muitas coisas preciosas pelo simples medo de arriscar.
Vamos nos reter por um momento acerca dessa afirmação. Quantos acontecimentos, sentimentos, emoções já não nos foram roubados por ele? Pare um momento, questione-se, reflita.
Somos nossos próprios fantasmas. Não é a vida, nem o mundo, apenas nós mesmos que somos responsáveis por nossas escolhas. Perdemos porque somos nossos próprios vilões.
Vejamos o outro lado da moeda... E se cairmos?
Se cairmos, devemos nos parabenizar, simplesmente porque tivemos a ousadia de tentar, porque nos instigamos a descobrir algo, porque tivemos, por um momento, a possibilidade de ver um novo horizonte, mesmo que ele venha a ser sombrio mais tarde.
Devemos nos alegrar sim, nos orgulhar da força que tivemos, pois nos demos a chance de nos pôr em risco, nem que fosse por um segundo, de perder tudo, para ganhar algo ainda mais valioso.
Se houve queda, ainda é desconhecida melhor maneira para aprendermos um pouco sobre os mistérios da vida. Caímos e, certamente, devemos nos levantar, não há coisa alguma na nossa frágil existência que o tempo não cure.
Se houve queda, inestimável é o ensinamento que ela nos traz. Devemos apenas olhar atentamente e um infindável diálogo terá início. Olhos cautelosos verão os erros e mentes sábias saberão consertá-los em um futuro muito próximo. Lembrando sempre que somos suscetíveis a erros a qualquer instante, restando-nos a incumbência de deter sabedoria para lidar com eles.
Pode ser um preço excessivamente alto a se pagar, mas de uma forma ou de outra, a recompensa será ainda maior. Portanto, arrisque-se, não tema a escuridão do futuro, pois ela nunca temerá você.E se houver uma abrupta queda, que ela seja uma queda livre, insanamente sã...

Show da vida...



Obrigado senhoras e senhores, mas por favor, não se levantem, este é apenas o início. Agora, senhoras e senhores, bem-vindos ao nosso show, lhes apresento meu monólogo favorito, ou será uma discussão? Ah, sim! Nem uma, nem outra. É apenas um pedido de aplausos. Imploro para que elevem um pouco seus olhos, atentamente em direção ao palco. E agora sim... Aplaudam, aplaudam... Aplaudam os milhões morrendo de fome, aplaudam as drogas e a violência que elas geram, aplaudam a decadência da saúde, e as vidas que ela deixa de salvar, aplaudam o desprestígio da educação, e as ingênuas ovelhinhas que ela ensina a seguir o tirano disfarçado de bom pastor, aplaudam o trânsito caótico, o desrespeito às leis, o desrespeito aos valores e a criação de falsos valores também. Senhoras e senhores, aplaudam a ganância, a inveja, o medo, o ódio, a corrupção... Sim senhoras e senhores, a corrupção... A serpente que habita intrinsecamente cada um de nós. Senhoras e senhores, nosso show chega ao clímax, espero não tê-los desapontado quanto à duração dessa apresentação, mas não se enganem ao pensar que nosso show termina aqui. Ele está aqui, no meio de nós, nas ruas, nas casas, no ontem, no hoje, no amanhã. Senhoras e senhores, este é o show da vida... Ou será um show de horrores?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Apenas perca tempo...

Por que temos tanto medo de perder tempo?

Esse medo nos assombra a cada dia, a cada hora, e acaba por nos privar de grandes relações, quer seja apenas laços de amizade, ou o grande amor que todos procuramos. Onde foi parar o companheirismo, a compreensão, o aperto de mãos, o abraço? Não temos tempo para uma simples conversa que dure horas. Não temos tempo para despender uma tarde com aquela pessoa que nos faz tanto bem. Não temos tempo para aquela pessoa que tanto amamos. Preferimos nos selar em nossos mundos, nos esconder atrás dos nossos muros de incerteza, fazendo com que nossa única companhia seja a insegurança. Não olhamos mais para os lados, não vemos quem está conosco, quem nos apóia, nos incentiva. Esquecemos do mundo ao nosso redor, e nos centramos apenas em nós mesmos. E por quê? Simplesmente porque somos cegos. Queremos ser médicos, advogados, engenheiros. Queremos ter grandeza, fama, dinheiro, poder. Como se fossem as maiores conquistas possíveis. E para que isso servirá? Viemos do pó, e ao pó retornaremos. Não levaremos nada deste mundo inundado em ganância e destruição.
Não é uma questão de valorizar o tempo, pois todos valorizam de alguma forma, mesmo que seja sem fazer coisa alguma, mas sim, de usá-lo da melhor maneira possível. Deixo bem claro que não estou afirmando que não devemos nos dedicar àquilo que almejamos. Devemos sim, já que qualquer esforço nos traz conhecimento, mas de forma moderada. Ressaltando sempre, que o conhecimento é única coisa que não pode nos ser roubada. Podem nos retirar tudo, a liberdade, a vida, mas nunca o conhecimento. Mas, de que adianta termos conhecimento, termos alcançado nossos sonhos, se não temos ninguém para partilhá-los conosco?
Eu apenas lhes aconselho perder tempo. Perca tempo conhecendo pessoas novas. Perca tempo com aquela grande amizade, conversando, recordando. Perca a tarde com aquela pessoa que lhe faz bem, rindo, se divertindo. Perca muito tempo com aquela pessoa que você ama. Beije-a como se fosse a última vez que a estivesse beijando. Diga o quanto a ama como se fosse a última vez que estivesse proferindo estas palavras.
Como já disse, não levaremos nada daqui. E, interessantemente, eu não quero ter fama, nem dinheiro, nem poder. Eu só quero deixar boas lembranças no coração daqueles que amo e daqueles que me amam quando eu retornar ao pó.
Eu apenas lhes digo...

Percam tempo!!!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Olhos...

“Em terra de cegos, quem tem olho é rei.”
Será verdade esta afirmação? Talvez não em nosso tempo. Podem tratá-la como uma benção, mas não passa de uma maldição... Sim, maldição. De que adianta ter olhos e só poder ver a cegueira a seu redor? É solitário, melancólico. É uma das piores sensações ver o que está ao seu redor e não poder fazer com que o outro veja, mesmo fazendo uso das palavras corretas, ele não entenderia. Mesmo frente a frente, são como fantasmas, como o vento que nos toca, como o ar que respiramos. Pois se não se entende não se vê e se não se vê não se entende... O que fazer para abrir os olhos de uma multidão? Tentativas e falhas são as únicas coisas que permeiam esse caminho. Infelizmente é algo que está fora do alcance de meros mortais.

Maturidade...

O que é ser maduro???
Tantos proferem essa palavra com o intuito de dizer exatamente o contrário. Que o outro é infantil. Isso me leva a uma segunda pergunta. O que é ser infantil? São dois adjetivos absolutamente relativos, já vi pessoas adultas serem chamadas de “imaturas” e crianças serem chamadas de “maduras”. Mas agora lhes exponho uma afirmação, aquele que faz uso de um estonteante pedestal para discursar sobre a “imaturidade” de alguém, é, todavia, o “imaturo” da discussão. Posso lhes contar que perdi alguns bons momentos refletindo sobre isso, inclusive perdi algumas horas de sono. E finalmente descobri que quero ser um eterno “imaturo”. Prefiro ser uma “criança” que brinca, ri, se diverte, do que ser um “adulto” para apenas ter um motivo para me vangloriar sobre algo falso, relativo, mero valor social.