terça-feira, 27 de outubro de 2009

O menino do pijama "alistado"...

[The heart is a bloom, shoots up through the stony ground... (U2)]

Inaugurando nova tag. Digo já de início que um de meus vícios é a literatura, como já disse aqui diversas vezes e muita dela usei. E hoje vou ao som de U2 para vos falar do último livro que li. Nada mais justificável para falar do apaixonante livro de John Boyne. Perguntaram-me outro dia se o livro era bom. Ora, se venceu dois prêmios e se transformou em filme pela Miramax(respeitável diga-se de passagem), obviamente tem suas qualidades.

Vemos através dele que a Segunda Guerra ainda vive intensamente na literatura, assim como o recente sucesso de “A menina que roubava livros”. O fato é que nosso querido Bruno tem uma vida perfeita até se mudar para Haja-Vista que, nunca desconfiou ele a finalidade do lugar.

Boyne consegue nos levar a uma das maiores crueldades da história( caso não seja a maior), nos olhos inocentes de um menino de nove anos. A tranquilidade com que tudo se passa aos olhos do garoto nos sensibiliza até seu desfecho trágico. Confesso que tive de conter a emoção ao ler as últimas páginas.

Mas o que pretendo com esse, e os próximos posts desse gênero, é tentar aproximar ainda mais a literatura da realidade. Bruno provavelmente não existiu, seu amigo do outro lado da cerca também não. Mas a cerca existiu. Os campos de concentração existiram. E dizimaram inocentes inconsequentemente.

A guerra não existe mais. Mas as suas consequências nos abalam até hoje. Lembro-me vagamente da palhaçada de nosso “amigo” Ahmadinejad ao dizer que o holocausto não existiu, que era invenção. Aos curiosos que não souberam da história, cliquem aqui.

A minha tentativa de aproximação hoje, nada mais é que um pedido de que nunca mais tenhamos que presenciar tais atrocidades. Tampouco tripudiarmos sobre as que já aconteceram. Aos que me lêem, vamos nos lembrar de quando tínhamos, como Bruno, apenas nove anos e o mundo era colorido. Talvez assim possamos tentar achar algo a ser preservado, a não ser aniquilado pela ganância de poucos. A ser salvo para os nove anos de outros tantos futuros.



terça-feira, 20 de outubro de 2009

Céu versejante...


["Por onde andei, enquanto você me procurava..." (Nando Reis)]

E talvez me lembre do tempo em que a poesia não ocupava tanto espaço. Em que as calmarias eram mais duradouras, quando os versos não consumiam o desejo da vida cotidiana. Como pode entregar-se a algo de que não aprecia? Os versos me atraem, sempre me atraíram, exercem um fascínio supremo sobre meus olhos, neurônios, músculos e essência vital. Gosto de acariciá-los, afagá-los em um momento só nosso, meus olhos e suas palavras. Gosto dos do Steyer e também dos da Sunshine. Como de outros tantos que não conheço pessoalmente.

São dos meus que talvez não gosto. Talvez sejam um ultraje aos que se dedicam à arte de devanear pelas linhas curtas, combinadas de sons, ritmos e afins. Provavelmente eu os escrevo para dar alento às asneiras que surgem à deriva dos globos oculares.

Eu os escrevo e os guardo. Eventualmente os mostro para alguns olhos desatentos. Não quero os olhos de um crítico literário sob eles. Não quero que digam que meu sentimento deve ter uma métrica, um ritmo, um sentido. uma análise fria não daria conta de expressar meramente um décimo de seu significado.

Meus versos são soltos, livres. Se os combino em rimas, é apenas para exprimir uma pequena parcela do todo que são. Se não rimo, não significa que eles não tentam exprimir a mais bela das faces, o mais intenso dos beijos. Meus versos existem, para mim e outros poucos.

Eles não se transformarão em uma música famosa. Eles não serão linhas de Moraes. Tampouco venderão milhares como Byron. Eles são meus, de meu cotidiano e de outros tantos que o vivem diariamente mesmo sem lê-los. A minha vida é de muitos. Meu mundo é de muitos. Sou tudo e nada ao mesmo tempo. Sou um santo pecador exprimido em uma linha curta.

Sou prosa comprimida em verso

Que explode em prosa

Em um novo universo...

Quero dizer...

O "quero dizer" de hoje sai diretamente de uma conversa de messenger. Gostei dele, portanto, cá está...

"Os acontecimentos ruins deixam marcas, mas são os bons que nos fazem gostar das pessoas mesmo depois de décadas..."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Horas do amanhã...

["Just shut up and play that guitar..." (Lucero)]


Já passa de uma da manhã, mas o frenético movimento dos dedos impede que o cansaço lance-me à cama. É sempre assim, uma ideia surge, atormenta-me, depois amadurece e implora de joelhos para que eu a ouça. E, geralmente, quando faço isso, a noite é um brinquedo como aqueles em que a gente ganha no aniversário, mas só vai brincar no dia seguinte, e fica horas e mais horas. E nem o surgimento do sol atrapalha os planos.

Sem bebidas, nem cigarros. O encontro deve ser mágico e apenas a música tem direito de atrapalhar os sentidos, ou aguçá-los, depende-se da escolha. Interpol, Death Cab for Cutie, Lucero, Iron & Wine têm presença garantida, dentre muitas outras. São horas de calmaria para os ouvidos, inércia para a boca e trabalho contínuo para as mãos.

Hoje a janela ficará amarela diante de meus olhos, hoje o imaginário ganha vida em um pedaço de papel. Hoje será o amanhã. Hoje sou eu e o mundo.