quinta-feira, 28 de maio de 2009

Thank you...

[Já não nos resta mais nada, além de nós dois... (CPM 22)]

Confesso que eu não estava bem. Estava um tanto aturdido e nada centrado. O trabalho avaliativo das duas últimas aulas na universidade não durou mais que de minutos. Destino? Mesa de bar.
Lá se foram mais de cinco garrafas de cerveja. Muitos pensamentos, muitos devaneios. Muitas irritações. Nada que se valha pena comentar.
O que quero deixar registrado aqui é coisa muitos simples, tão simples que nem precisaria estar aqui. Mas mesmo nesta controvérsia a coloco.
Estava eu irritado, com o pensamento longínquo, o olhar parado fitando o nada. Isso era costumeiro até bem pouco tempo.
Estava eu sentado, ouvindo Death Cab for Cutie cantar “The Ice is Getting Thiner”. Acho que nada mais depressivo que isso. Mas eu não estava depressivo, apenas reflexivo, e irritado.
Você se sentou ao meu lado sem eu perceber que você se aproximava. Uma frase sua e minha noite melhorou. Eu encostei minha cabeça no seu ombro.

- Hoje eu não sou uma boa companhia.

- Não tem importância – você disse com um sorriso nos lábios.

Obrigado pela compreensão, pelo carinho. Obrigado.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Um pouco acerca desse reticente...

[When everything's made to be broken I just want you to know who I am... (Goo Goo Dolls)]


É um tanto estranho começar um destes solilóquios. É estranho falar de mim com uma visão de terceira pessoa. Simplesmente não sei, mas hoje me surgiu a necessidade de tomar esse tema. Acho que foi o vento gelado que entrou na minha cabeça enquanto eu voltava da universidade. Congelou os sentidos e trouxe os olhos para dentro.
Deixem-me começar pelo lado ruim. Acho que a parte ruim de cada pessoa traz sustos e incompreensões, mas se a boa é deixada para depois, ameniza, suaviza as primeiras impressões (e como eu as odeio).
Deixo bem claro que não sou um santo. Minha adolescência recém acabada não foi das melhores. Brigas familiares, desrespeito a todas as regras existentes. “Isso é comum” podem pensar, e na verdade o é. Minha adolescência foi a revolta em sua essência, e como o típico adolescente revoltado, sem causa. Ainda existem resquícios desse período nebuloso. Um cigarro na mão, o gosto pelas bebidas e pela noite, as faces de mil pessoas que feri, inclusive a minha. Sem mais delongas, apenas digo que de bom eu pouco ou nada tinha. Acabei por sofrer muito com isso.
Há pouco mais de três anos fiz uma viagem que se tornou um divisor de águas em minha vida. Bem dizem que é bom viajar e “esfriar a cabeça”. Eu fiz isso, mas não tinha idéia de que seria tão bom e que eu mudaria tanto. Fui a uma pequena cidade, com cerca de seis mil habitantes. O recanto de meu sossego, a minha cidadezinha. Teve início minha reação, os dados ainda estavam na mesa, o jogo não havia acabado. Teve início a fase introspectiva, reflexiva e por que não, racional.
Desde essa viagem comecei a reparar nas coisas que a vida pode nos ensinar. Aprendi que a família é nossa base, e sem o apoio dela, eu jamais seria algo. Aqui deixo uma declaração de amor aos meus pais por nunca terem desistido de mim. Quando comecei a trabalhar, aprendi que é isso que nos dignifica, e que temos que fazer aquilo que gostamos e principalmente, gostar daquilo que fazemos. Aprendi também que os amigos são aqueles que sempre nos darão força, e os verdadeiros, irão conosco ao inferno se preciso for.
Uma amiga portuguesa me disse uma vez que o ser humano precisa tanto de amor quanto de ar. Concordo plenamente com você minha cara. Mas para conhecer o amor, eu precisei aprender o valor de uma mulher, eu tive de conhecer o respeito, a atenção, a lealdade, o olhar nos olhos. Tive de aprender a ser paciente, o valor de uma “olá”, o valor de um beijo e de uma noite de sexo, antes tão banalizado.
Tornei-me um romântico irremediável. Profiro vãs filosofias e vejo poesia em tudo. Mas o mundo não tem tempo para os filósofos e para os poetas.
Cansei de falar de mim. Eu só queria ter nascido umas décadas atrás.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Terceira pessoa do plural de um caso reto...

[Look for me the way you would if you were blind... (Shinedown)]


E aqui vou eu. Sonhando acordado novamente. Olhando para o horizonte e me perdendo em doces lembranças mais que recentes. É tão bom sonhar novamente com coisas tão boas. Pobre daquele que não valoriza seus sonhos. Olho para o horizonte e depois para o céu. Lá está uma lua cheia muito minha amiga que de lá, manda-me um sorriso em troca do beijo recebido.
Lentamente vou recuperando minhas palavras. Elas sempre estiveram aqui, mas meus dedos estão em mais desuso que os lábios e os braços. Os pensamentos dão lugar às doces lembranças e aos desejos. Desejos de me perder nessa doçura por instantes eternos que duram pouco mais que um piscar de olhos.
Instintivamente faço esse piscar de olhos durar mais. Agarro-me a ele como criança pequena quando vê o pai sair de casa rumando para o trabalho. Agarro-me até ver as pontas dos dedos soltas. Mas nesses mesmos dedos fica o perfume. Aquele que tão profundamente sinto quando te abraço forte e me aproximo de teu pescoço.
Angelical talvez. Não posso afirmar com toda a certeza que há nesse mundo, pois nunca senti o perfume de um anjo para fazer tal comparação com extrema fidelidade. Apenas sei que é doce e nele me embriago. Inebriado por um emaranhado de sensações. Rio que vira mar, e depois oceano, vai aos céus e volve em gotículas de chuva.
Na minha janela as pude ver ontem. Fiquei tentado a guardar uma delas em um vidrinho, mas lembrei-me que algo que tenha experimentado a liberdade, por um momento sequer, jamais se deixa aprisionar. E se assim procede, perde seu brilho e sua graça.
Assim contento-me com a lembrança e o desejo de mais chuvas em minha janela. E aqui fico eu, ouvindo canções que remetem a nossos dias especiais. Meus, seus, nossos. Boa noite, luz de minha lua.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Do outro lado do rio...

[I'll follow you up to the moonI know you're there is at the fool... (Gram)]

Primeiramente peço desculpas àqueles que acompanham este humilde blog pelo tempo desprovido de posts, o fato é que propriamente eu estava sem tempo, e isso me atormenta um pouco, porque não consigo viver sem deixar aqui meus devaneios. Isso já faz parte de mim.
Mas o motivo que me traz aqui foi uma certa atitude minha enquanto escutava “The Trooper” do Iron Maiden, música nem um pouco indicada para o que eu fiz. E se digo isso, é porque realmente não o era. Nem um pouco! Deveria ser algo muito mais apropriado ao clima e à frase. Mas, infelizmente, não foi. Foi ao som do bom e velho rock ‘n roll mesmo. Logo eu que sou um romântico à moda antiga...
Para explicar o que aqui digo, desejo, antes de tudo dizer que esqueci dos cartões postais enviados, bem como algumas cartas. Tudo se fez poeira de uns tempos para cá. Se aqueles que acompanham lembram de um certo post, com um final meio vago pela falta de palavras, aqui começarão a entender o que digo e o que disse.
Faz um dois dias que pensei o seguinte: “As feridas cicatrizam-se lentamente, as memórias ficam, mas aquele amor já inexiste.” Confesso que por muito tempo revirei as cinzas de um passado recente e tentei descobrir nelas pedaços de brasa. Inutilmente é claro...
Eis que surgiu um olhar, um sorriso, uma flecha... Um beijo.
Já faz algum tempo isso tudo, mas ainda me delicio ao lembrar desses pormenores. O que quero dizer aqui, infelizmente sendo breve, por causa da mesma falta de palavras anterior, é que...
Não consigo partir do princípio, nem consigo chegar ao fim, foi apenas uma frase. A resposta ainda me faz rir de felicidade.

- Quer namorar comigo?

- Quero.