sábado, 3 de janeiro de 2009

Agora, aqui...

[Everyday is a new day, I'm thankful for every breath I take. I won't take it for granted. So I learn from my mistakes. It's beyond my control sometimes it's best to let go, whatever happens in this lifetime. So I trust in love, you have given me peace of mind... (P.O.D.)]


Quanta saudade senti. Senti saudade de meu cantinho. Meu lugarzinho onde poucos vêm ao meu encontro. Lá me sentia bem, mas um pouco deslocado. Embora aqui seja um prato farto de atribulações, é um prato típico que me acostumei a devorar todos os dias. E se fico longe, minha fome contorce meu abdômen até o momento em que não consigo mais permanecer em pé. É fome de meu prato típico. É fome que vem junto com a sede de suor proporcionada por ela. Saciarei a ambas com a maior das alegrias.
Senti falta da minha porta de entrada. Aquela que tem um rangido estridente quando a abro, e um pior ainda quando a fecho. Pouco me importa se ela me incomoda quando teima em ir e vir ao dançar com o vento. Eu senti falta dela. Senti falta do sofá da sala onde não sei quantas vezes me atirei quando não havia nada para fazer. Saudade da minha TV que tem um controle remoto com botões que já não funcionam mais.
Outra saudade que tenho é de uma fiel companheira. Minha estante. Cheia de quinquilharias que quem sabe um dia voltarei a usar. Ela guarda também meus livros. Quanto a isso, deixei-a encarregada de guardar uns novos que acabo de trazer da viagem que fiz. Para deixá-la um pouco mais bonita, se é que a pobre coitada consiga esconder seu ar cansado e desgastado, trouxe-lhe um Daruma. Talvez eu permita que ela pinte o olho do pequenino vermelho.
Senti falta da minha janela e da vista de concreto que ela me proporcionava. Não me esquecendo é claro, dos tijolos e do cimento. Mas eu a adoro mesmo assim. Senti falta de meu chuveiro, em que tantas vezes mergulhei a cabeça na água fria para poder pensar em uma atitude mais correta. Saudade dos amigos, que muito em breve desejo rever. Saudade de um rostinho longínquo dono de um olhar que nunca me esquecerei. Desse rostinho, talvez eu demore um pouco mais para matar as saudades.
Talvez as mais notáveis saudades mostrem-se nos meus dedos e ouvidos. Minhas músicas e escritos. Diversas noites com o computador ligado, ouvindo uma infinidade de melodias enquanto escrevia algo, no papel ou nas teclas. E que relação têm. Bem, matei quase todas as minhas saudades até agora. Falta apenas uma, e se me permite, com licença. Até algum outro dia, o sono já se aproxima e começa a puxar conversa. Com licença, eu vou dar a esse coitado um pouco de atenção.

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