terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ficção verídica...

["Ridin' high on an angel's wings and the devil sings inside my head..." (Jet Black Stare)]

Uma discussão surgiu em minha cabeça há poucos dias, após assistir à adaptação da obra de Dan Brown, “Anjos e Demônios”. Aliás, mal se pode chamar de adaptação. Podemos pensar na possibilidade de que a falta de fidelidade foi uma estratégia do diretor Ron Howard, mas convenhamos que para quem se deteve por cerca de quatrocentas páginas de um livro, o filme foi uma grande decepção. Principalmente porque a adaptação de “O Código da Vinci”, foi quase perfeita (duas ou três falhas no máximo).

Verdade seja dita, nos acostumamos mal com o primeiro filme. Nem a brilhante atuação de Tom Hanks apaga o fato de a personagem do excêntrico Koller inexistir na adaptação. Peço desculpas aos que não concordam, deixo dito aqui que essa é uma opinião estritamente minha, que eu estou formulando-a dessa maneira, mas digo que “eu” me decepcionei, não sei os demais. Sei que é uma injustiça comparar literatura e cinema, mas elas sempre andam de mãos dadas, um pouco de fidelidade nesse casamento não seria ruim.

Bem, essa primeira parte serve meramente como um pressuposto, um chão para o que falarei a seguir, a minha discussão interna com meus neurônios. Após o filme percebi que como as histórias mudam do momento em que são imaginadas em nossas cabeças até o momento em que são colocadas em prática. Não sei quantos planos meus já se foram por água abaixo. E outros tantos se transformaram.

Em nossas cabeças sempre imaginamos uma cena perfeita, o sol se pondo ao fundo, a música mais bela a ressoar e atingir nossos ouvidos, a pessoa que amamos ao nosso lado (aqui temos de ressaltar que ela sempre será idealizada, com atitudes que imaginamos que ela tomará, com palavras que temos certeza que ela dirá. Chegamos, inclusive, a formular os diálogos em nossas cabeças, os sorrisos que se seguirão após as palavras, o beijo como o toque final, a cereja em cima do bolo).

A verdade é que às vezes o dia tem nuvens negras e chuva, não há música ou o beijo não acontece. As palavras sempre mudam, não há como se fazer aquilo que se quer da maneira exatamente como é planejada. A verdade é que a perfeição existe somente na nossa cabeça, talvez também nos filmes, mas nesses também temos decepções. O que nos resta é aceitar nossa suscetibilidade a mudanças e ser feliz. Afinal, nas nossas ficções verídicas podem haver finais felizes.



Um comentário:

~❤ ~º♥º ~Graciete ~º♥º~❤ ~ disse...

Obrigado meu bem pelo carinho com que me tem premiado, é sempre um prazer ter amigos como você.
Pois são estas amizades que enriquecem as nossas vidas e tornam felizes os nossos dias.
Beijos de luz em seu coração