quinta-feira, 9 de junho de 2011

Quero dizer...



"Todos me perguntam a causa do meu silêncio, justamente quando me questiono sobre o motivo de todos falarem tanto..."

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Em resposta a um comentário...

["De todos os planos eu já desisti, deixei para trás tudo o que consegui..." (Glória)]


Sei de poucas verdades no momento caro amigo, mais que um desabafo, o texto anterior refere-se a um passado recente que há pouco foi deixado na estrada, enterrado no asfalto quente. Com ele, repousam no esquecimento muitos planos, expectativas frustradas, mágoas das quais você foi um grande confidente.
Mas também se refere a fatos novos. O que você e outros tantos amigos rogavam a este humilde ser, começou-se por um esboço cerca de um mês e meio atrás. Talvez você não se lembre de certa vez que lhe falei de dois contos nacionais de mesmo nome, "O espelho", um de Machado e outro de Guimarães Rosa. Eu lhe falava das similaridades de ambos, personagens que não se viam frente a um pedaço de vidro. Digo-lhe que passei por esse processo nos últimos meses.
Após perder e desistir de "tudo", como você bem presenciou, os dias foram de um vazio que me tragava e, aos poucos, construía um muro ao meu redor.
Porém, esse muro foi lentamente sendo derrubado por outrem, por sorrisos, por abraços, por carinho, por felicidade. Estou voltando a me refletir no temido espelho com o passar das semanas. Não é tão simples deixar uma vida para trás, mas ela tinha de ser deixada. Com uma calma que nunca antes tive e uma confiança na incerteza do amanhã vou caminhando por essa estrada que se abre logo em frente.

quinta-feira, 7 de abril de 2011





[When you're here with me something hits me I know that we belong in this life... (Jet Black Stare)]


Ultimamente os poemas tomam mais minha atenção. A última matéria do caderno universitário nada tem de científica. Mas às vezes a prosa puxa-me a orelha e me traz a vontade de esquecer os versos, O que não esqueço é a temática, comum a ambos os modos de escrita.
Lembro-me de ter perdido a fé em muitas coisas nos meses que se passaram. Lembro-me de almejar algo que julgava distante e temendo nunca mais alcançá-lo. Esse temor aturdia-me, fazendo com que as noites de sono evaporassem e, em seu lugar, ficassem uma infinidade de horas de ansiedade.
Parece que terei que concordar com o poeta, "eita vida besta". O que eu tanto queria está agora em frente aos meus olhos e internalizado em meu peito. Meus olhos traem qualquer negativa a respeito.
Dissipou-se aos poucos uma vida inteira para se dar lugar a uma nova. Se acaso eu desaparecer sem deixar vestígios por aí, já saberão a causa. Não terei prazo para voltar, pois estarei cuidando de alguém...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

The DS Chronicles: Chapster III

Mesmo o pensamento implorando para que o corpo se dirigisse ao quarto, com o fim de restabelecer as forças, nada se fez. O intento foi em vão. As poucas luzes que bruxuleavam pela vidraça atraíam-me como se fôssemos dois ímãs voltados para seus pólos diversos.

Não sabia ao certo qual das fraquezas desse medíocre ser me atormentava mais, se era minha incapacidade de evitar olheiras ou minha reação ao encontro anteriormente referido. O mais certo é acreditar que a primeira é consequência da segunda. E como se torna mais fácil falar de fraquezas do que de forças... As últimas, cada vez com mais frequência vemos nas histórias ficcionais, nos cinemas, na literatura e nos causos da gente antiga. As primeiras, ao contrário de suas rivais, surgem nos jornais, nas revistas, nas ruas e em nossas casas. Algo me diz que a pena é um sentimento que os seres humanos gostam de nutrir e se alimentar.

As horas passaram e amarguras e divagações levaram-me à aurora. As luzes das ruas foram dizendo adeus vagarosamente aos primeiros tons alaranjados e azuis que surgiam bocejando um novo dia, que me traria cansaço e muitas alegrias.

Resolvi preparar uma caneca de café, aliá-la a mais alguns aparatos e guloseimas para agraciar minha esposa com o famigerado e romântico café da manhã na cama. Não fosse uma estranha e nefasta surpresa, eu o teria feito mais rapidamente.

Meu celular anunciou, de algum canto da sala, a chegada de uma mensagem. Estranha, pelo horário em que recebi. Nefasta pelo conteúdo. Continha apenas uma palavra, que reverberou pelo corpo, estremecendo cada célula, e pela memória, trazendo aos olhos uma história há muito esquecida.

“Saudades...”

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Nessa era a-romântica
Esquece-se a semântica,
Sobra o vazio da palavra...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cogitando nomenclaturas...




[It has no name, there's one for every season... (Sonata Arctica)]


Como se pouco fosse muito e o que era muito fosse nada. Os dias munidos de sentido ficaram com o ano velho, despedindo-se com buzinas e roncos de motor. Os de agora... digamos que são munidos de sensações...
A de estar vivo, após muito tempo despojado na inércia...
A de sorrir, após momentos longos de agonia...
A de estar perto, após a ausência...
A de abraçar, após sentir os braços frios...
E outras tantas que menções acabam por misturar-se.
Da incerteza, da dúvida, passei à resignação do horizonte calmo, à simplicidade do olhar, à boa companhia, ao esquecimento do que dilacerava. Talvez seja isso que chamam viver o ano novo.
Mas como sempre, não estou certo disso, prefiro recostar-me em meu canto e ver se a porta se abre. Aguardo, pois a chave já não a detenho. Perdi-a caminhando pela rua uma tarde dessas e esqueci-me de procurar.
Provavelmente, o que há de certo é um certo sorriso bobo. Não pelos mesmos motivos de outrora, mas sim pela vista de uma janela que se abriu há pouco.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Refletindo sobre dualidades...

[Don't run away from where it rises. So they say the truth meant dawn... (Mindflow)]



Não é uma questão de bem ou mal, certo ou errado e outras dessas alternativas. Não é uma questão de simples escolha, não se anda pelo extremo.
Já nos ensinou o tempo que além de passado e futuro existe terceira opção, pois o presente é uma junção de ambos. Então assim não me condeno de perambular por este horizonte azul que se abre para mim com um sorriso. Um pouco mais de mil quilômetros e alguns dias de leitura do mundo sobre um sofá na varanda bastam para que se dissipem reminiscências de um tempo e outro.
Que se siga a vida em um barco à vela, contando com a amizade do vento para não torná-la muito rápida, possibilitando a apreciação das belezas contidas nos pequenos detalhes que tantas vezes preguei. E estas, aparecem cada vez mais doces, mesmo singelas, aos meus olhos.