domingo, 2 de novembro de 2008

Delírios de antemanhã...


[And if strength is born from heartbreak many mountains I could move. And if walls could speak I'd pray that they would tell me what to do... (Rise Against)]


Não consigo escrever. Não é que não possa. Apenas não consigo. As palavras parecem um tanto sem sentido. Não consigo descrever a cena que persiste em tomar minha mente. Toma cada segundo. Cada segundo de um dia inteiro. Não que as palavras estejam vazias. Não que falte inspiração. Apenas não consigo.
Há muito é dito que uma imagem vale por mil palavras. E como encontrarei estas mil palavras para tentar explicar essa imagem em minha mente? Talvez não encontre. E se encontrar, não sei se serão capazes de exprimir o que há em mim. Talvez seja pouco mais complicado do que me parece. Ou talvez seja mais simples do que realmente o é. Ou ainda, não seja para ser explicado. Que seja mistério.
Mistério doce, pedindo para ser revelado. Mas não sei se conseguirei desvendar tal enigma. Aparenta ser junção de bem e mal. Comunhão de certo e errado. Distante e ao mesmo tempo ao meu lado. Como posso lidar com essas alternativas? Verdadeiramente creio que não posso. Temo perder-me meio a encurtadas descobertas e não tornar a pisar em solo firme.
Essa indescritibilidade possivelmente é o que causa temor. Tenho em mãos algumas respostas. Sei o onde, o quando, o como. Vagamente o porquê. Sei também o quem. Mas é a partir daí que surgem investigações sem soluções. Até em que ponto a razão pode auxiliar em assuntos alheios à sua área? Sinceramente desconheço. Já ultrapassei ou nem lá ainda cheguei. Talvez lá esteja chave para que eu possa abrir uma pequena caixa onde contém uma saída para esse labirinto.
Labirinto feito paraíso. É tão bom estar nele que até me esqueço do fato de estar perdido. Mas estar perdido às vezes é melhor do que encontrar-se. Bom exemplo para outra velha frase. Posso ficar aqui. A noite toda. Olhando para o céu e contando estrelas até que alguma delas me guie. Melhor seria se descesse e contasse-me boa estória. De olhos estalados e ouvidos atentos eu ficaria. E se ela descer e for para longe. Pedido farei. Não posso contar, pois se assim fizer, ele não se realizará.
Assim que realizar-se contarei. Rogarei por algo que muito quero. Algo e não alguém. Alguém não é objeto para ter dono. Suplicarei por algo relacionado a esse alguém. Não é pedido exorbitante, demasiado. É coisa pequena. Pequena que caberia nas mãos. Mas não posso tê-la nas mãos pois não se pode tocá-la. Não se pode vê-la. Nem senti-la. Ela inexiste até que se precise dela. Até que se pergunte por ela. Apenas está ali. Aqui. Distante. Entre o bem e o mal. Entre o certo e o errado.

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