terça-feira, 7 de abril de 2009

Cartão postal...


[Your voice was the soundtrack of my summer. Do you know you're unlike any other? You'll always be my thunder, and I said: Your eyes are the brightest of all the colors... (Boys Like Girls)]


Meus pés não podem me levar até a sua pousada, meus olhos não conseguem ver nada mais que um vulto ao longe, não estou certo se é o seu. Meus braços não alcançam os seus. Você está distante e ao mesmo tão perto que chego a me confundir por vezes. As únicas armas de que disponho são meus pensamentos, aliados a eles, meus dedos, que os transcrevem para essas poucas linhas. Quem sabe você as leia em uma tarde monótona enquanto estiver trabalhando, naquelas em que o tempo insiste em não passar, em que se olha para o relógio a cada meia-hora e o ponteiro se moveu apenas dois suados degraus. Mas talvez você as leia em casa, depois que chegar cansada de um dia cheio de trabalho e estudos.
Quisera eu poder estar lhe esperando depois desse dia atribulado. É um sonho quase utópico. O máximo que ouso sonhar é tê-la por perto por um determinado tempo. Algo além disso, não sei se me é permitido. Mas esses sonhos por agora pouco me interessam, eu abriria mão deles em um piscar de olhos se em troca eu descobrisse em seu rosto aquele sorriso que me habituei a ver. Confesso, com certo pesar, que até meus dedos ficam atados quando assim a vejo. Tenho vontade pegar a sua mão sem lhe dizer coisa alguma, sair sem destino, parar em uma rua qualquer. Sentar na beirada da calçada se banco não houver ali. Abraçar-te, bem forte, te colocar no meu colo e acariciarei seus cabelos. Depois vou ficar fazendo carinho no seu rosto enquanto ouvimos “O que não se pode explicar aos normais”.
Não direi nada, se for de sua vontade falar algo, expresse-se sem medos que a ouvirei atentamente. E, se por acaso, aquela lágrima que se encontra na esquina dos seus olhos rolar, a enxugarei com um beijo. Ficaríamos à luz do luar, podemos até brincar de contar estrelas. Prometo lhe apresentar a algumas que se tornaram minhas amigas. E eu continuarei a te abraçar.
Poderemos despender a noite toda assim, mas você poderia estar cansada depois daquele dia cheio e eu te deixaria partir, não antes de receber um sorriso. Aí você iria para sua casa e eu para a minha. No caminho eu iria chutando algumas latinhas de refrigerante para combinar com a inocente alegria que eu sentiria. E quando passasse pouco mais da meia-noite eu pegaria o telefone da cabeceira da minha cama e discaria seu número.
- Só quero lhe desejar uma boa noite, durma com os anjos.

4 comentários:

messy disse...

Distância é traiçoeira, é preciso saber lidar com ela (:

Bela produção, gostei muito de ler!

*

Gaspar Ferreira disse...

A distância acaba por nos privar de muitas coisas...

:(...

gabi disse...

Oi Giovan!!!

Correndo o risco de ser imprópria, considerando o tema do texto, diria que o que escreveu é lindo e delicioso de ler!!!

Eu que me converti à leitura intimista, e um pouco melancólica confesso, mas ao mesmo tempo simples, com motivos quotidianos e que facilmente representam algo na vida de outras pessoas, que a lêem... adorei o seu texto :)

espero que ainda assim esse cartão postal chegue ao destino... porque não só de tristezas vivem textos tão belos, por muito que o digam... a esperança é um excelente motivo para escrever...

=)

Gaspar Ferreira disse...

seja esperança infindável enquanto dure...