segunda-feira, 25 de maio de 2009

Um pouco acerca desse reticente...

[When everything's made to be broken I just want you to know who I am... (Goo Goo Dolls)]


É um tanto estranho começar um destes solilóquios. É estranho falar de mim com uma visão de terceira pessoa. Simplesmente não sei, mas hoje me surgiu a necessidade de tomar esse tema. Acho que foi o vento gelado que entrou na minha cabeça enquanto eu voltava da universidade. Congelou os sentidos e trouxe os olhos para dentro.
Deixem-me começar pelo lado ruim. Acho que a parte ruim de cada pessoa traz sustos e incompreensões, mas se a boa é deixada para depois, ameniza, suaviza as primeiras impressões (e como eu as odeio).
Deixo bem claro que não sou um santo. Minha adolescência recém acabada não foi das melhores. Brigas familiares, desrespeito a todas as regras existentes. “Isso é comum” podem pensar, e na verdade o é. Minha adolescência foi a revolta em sua essência, e como o típico adolescente revoltado, sem causa. Ainda existem resquícios desse período nebuloso. Um cigarro na mão, o gosto pelas bebidas e pela noite, as faces de mil pessoas que feri, inclusive a minha. Sem mais delongas, apenas digo que de bom eu pouco ou nada tinha. Acabei por sofrer muito com isso.
Há pouco mais de três anos fiz uma viagem que se tornou um divisor de águas em minha vida. Bem dizem que é bom viajar e “esfriar a cabeça”. Eu fiz isso, mas não tinha idéia de que seria tão bom e que eu mudaria tanto. Fui a uma pequena cidade, com cerca de seis mil habitantes. O recanto de meu sossego, a minha cidadezinha. Teve início minha reação, os dados ainda estavam na mesa, o jogo não havia acabado. Teve início a fase introspectiva, reflexiva e por que não, racional.
Desde essa viagem comecei a reparar nas coisas que a vida pode nos ensinar. Aprendi que a família é nossa base, e sem o apoio dela, eu jamais seria algo. Aqui deixo uma declaração de amor aos meus pais por nunca terem desistido de mim. Quando comecei a trabalhar, aprendi que é isso que nos dignifica, e que temos que fazer aquilo que gostamos e principalmente, gostar daquilo que fazemos. Aprendi também que os amigos são aqueles que sempre nos darão força, e os verdadeiros, irão conosco ao inferno se preciso for.
Uma amiga portuguesa me disse uma vez que o ser humano precisa tanto de amor quanto de ar. Concordo plenamente com você minha cara. Mas para conhecer o amor, eu precisei aprender o valor de uma mulher, eu tive de conhecer o respeito, a atenção, a lealdade, o olhar nos olhos. Tive de aprender a ser paciente, o valor de uma “olá”, o valor de um beijo e de uma noite de sexo, antes tão banalizado.
Tornei-me um romântico irremediável. Profiro vãs filosofias e vejo poesia em tudo. Mas o mundo não tem tempo para os filósofos e para os poetas.
Cansei de falar de mim. Eu só queria ter nascido umas décadas atrás.

3 comentários:

Karen disse...

QUE PERFEITO.
To sem palavras pro seu post, amei mesmo.

messy disse...

(: disse sim, e fico contente pela referencia, pelas palavras trocadas não serem em vão.

É bom mudar, é bom tirar as lições do passado e é bom ter sido errado! (:

*

Gaspar Ferreira disse...

Karen, obrigado pela visita, saiba que é sempre bem vinda aqui...

Messy, é ótimo ter sido errado...

hehehe...

Obrigado pela visitas e pelo comentário...

Beijos às duas...