segunda-feira, 23 de março de 2009

If it takes you home...

[The first time I saw the moon I cursed the sun as I watched it shine... (Idlewild)]

E naquela noite, daquele domingo esfumaçado pelo cigarro em um barzinho mal iluminado, nada se fazia real. Era uma alucinação daquelas que nunca se presencia em sã consciência. Chame experiência transcendental, ou qualquer outra palavra adequada ao seu gosto. O certo é que aquela antiga, boa e velha companheira, a insanidade, sentou-se na cadeira ao lado e pediu-me um cigarro. O incerto deixa-se para depois. Pois antecipadamente se perde a graça.
Era uma noite boa o bastante para não ser desperdiçada. Usualmente não desperdiço, as estrelas sempre são boas o bastante. Mas essa era digna de atenção. Confundo os tempos verbais, acabo por misturar o pretérito mais que perfeito com o futuro do pretérito, anexando-se a um presente do indicativo. Aproximou-se muito de um imperativo afirmativo com uma partícula “se” ali pelo meio, fim ou começo. Não lembro. Já não sei de que tempo e modo falo.
Após um tour por alguns lugares, o take a trip eventual. Não posso me esquecer da “wish you were here” de fundo. Como Pink Floyd se encaixou bem naquele momento. Nada melancólico, uma música excelente que traz algumas boas lembranças. Cá já falo do passado novamente, mas isso não interessa. Tento aos poucos retratar uma conversa com minha amiga de manicômio. Fui até educado, a deixando sentar-se em meu lugar. Em pé também estava bom. Dava para apreciar a visão panorâmica do pequeno recinto.
Pouco se via, muito se ouvia. Vozes alteradas, estridentes e inaudíveis. O microfone quase não ajudava o vocalista. Que por sua vez, inundava o local com um doce saudosismo. Digo doce porque era bom. Já disse, não era melancólico, muito menos depressivo. A noite era boa, acabaria cedo, mas seria vivida. Como muitas outras, mas também diferente. Atitudes diferentes. Sorriso diferente, não aquele falso que se finge para obscurecer uma verdade inerte e dolorida dentro do peito. Sorriso expressivo e impressionista.
E naquela noite, daquele domingo esfumaçado pelo cigarro em um barzinho mal iluminado... Dane-se!!!

4 comentários:

Unknown disse...

É e eu me lembro bem daquela noite de pura insanidade. Mas o que esperar de uma bela madrugada de domingo, sim eu diria bela, aonde se tá rodeado de seres insanos?
Um pouco de insanidade faz bem, mas nem todos insanos ali faziam por merecer a sua presença tão desagradável e até certo ponto indesejada.

Gaspar Ferreira disse...

bem dizes nada mais que a verdade jeh...

messy disse...

Brasil né? :D

Gostei muito do blog, belas produções por aqui! Ao ler surgem uma série de imagens, muito bom, gosto disso!

*

Gaspar Ferreira disse...

exato...

cá estou eu do outro lado do Atlântico...

:P...