segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Inverso do amanhã...



Não sei se devo falar sobre isso, mas talvez o silêncio seja pior. Mas também não sei se tenho coragem. Em alguns momentos, sinto-me estranho, espanto-me com meu reflexo no espelho. Sou eu? Sim. Este sou eu, e sempre serei. Mas, por mais bizarro que pareça, esse eu é a minha identidade, e como me sinto feliz por isso. Talvez isso seja mais bizarro ainda.
O que tento dizer é que, na verdade, não consigo dizer. Faltam-me as palavras para expressar o que se passa em minha mente. Eu apenas sei que acordei esta manhã, neste dia comum como qualquer outro. Levantei-me e, por meio de alguns passos tímidos, ainda sonolentos, cheguei até o banheiro para lavar meu rosto. E lá estava eu.
Meus olhos fitavam penetradamente aquela imagem. Talvez estivesse tão embriagado na loucura de uma vida que esqueci a real essência que ela possui. Mas procuro não pensar sobre isso. Deixe esse assunto para os filósofos, eles se ocuparão de descobrir o sentido da vida. Eu sou apenas um jovem em busca de alguns sonhos.
E, arriscando-me em terra desconhecida, digo que a vida é um sonho. Ou será que a vida é feita de sonhos? Meus neurônios entram em colapso por cogitar apenas uma das duas hipóteses. Sou tolo demais para entender tais questões. Apenas entendo dos meus sonhos. Quero tentar torná-los realidade, irei ao seu encontro sem medo que eles possam me ferir. Creio que certas mudanças, algumas drásticas, outras pequenas, terão presença assídua nesse caminho. Eu talvez até mude de cidade.
O que quero dizer é que, não sei. Não sei como será, mas vou atrás deles. Não sei o que terei de deixar para trás, mas deixarei com a certeza que aquilo que amo sempre estará de braços abertos para mim. Não sei o que encontrarei nessa estrada, mas aprendi que um sorriso sincero abre até as portas mais antigas e pesadas. Vou com a certeza dos meus passos incertos, ainda lentos, ainda sonolentos. Vou ali, me olhar no espelho, uma última vez.

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