quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Melancolia crepuscular...



[Every memory of looking out the back door, I had the photo album spread out on my bedroom floor, it's hard to say it, time to say it... Goodbye, goodbye... (Nickelback)]

Deparei-me com uma antiga lembrança esta noite. O sono não veio, o que apresentou ínfima brecha para que acontecimentos antigos viessem à tona. Ínfima, porém fartamente usada por meus pensamentos. Acabei por inebriar-me em um mar de recordações. Inevitavelmente abri uma gaveta. O ruído produzido transpassava meus ouvidos e me estremecia. Não muito diferente foi a reação ao terminar de abri-la. Uma fotografia. Alguns anos passados. Ainda era garoto.
A nostalgia abriu portas e silenciosamente adentrou meu quarto. Calmamente me abraçou. Uma imensa saudade comprimiu meu peito naquele momento. Tivera eu culpa? Talvez. Não sei ao certo. Tudo aconteceu depressa demais. E quando olhei, já não estava mais lá. Era apenas poeira e caixas com alguns objetos.
Tudo o que eu ouvia eram apenas palavras de apoio. Diziam que eu deveria me acostumar. E acho que realmente me acostumei. Era algo tão simples para tantos. No momento não foi para mim. Mas eu tinha de deixar para trás. Seria uma nova vida que teria de ser começada. E eu a recomecei, a duras penas, levando algumas caixas empoeiradas nas costas, e uma infindável esperança nos olhos.
Esperança renovada a cada vez que o Sol nascia. A luz que banhava minha casa iluminava minhas mãos. Aquecia-as e lembrava-me que por mais pesaroso que tenha sido o ontem, o hoje vem para trazer-nos um pouco de alegria. Coube-me receptar a mensagem trazida por aqueles primeiros raios de Sol e interpretá-las de maneira correta. Coube-me deixar aquela alegria gerar bem-estar, gerar calmaria nas tempestades que açoitavam constantemente meus dias. Restou-me a decisão de elevar minha fronte.
Olhei fixa, porém ligeiramente meu futuro. Terei de decidir por meus passos. Queira Deus que sejam certeiros, mesmo em terras inóspitas que nunca vi. Queira Deus que levem a bons caminhos, ou que, pelo menos, levem a caminhos. Estagnar é a mais frustrante das consequências. Não peço que levem à felicidade, pois essa, terei de encontrar dentro de mim mesmo, antes de ir a lugar algum.

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