terça-feira, 28 de outubro de 2008

This silence...


[And I don't want the world to see me, 'cause I don't think they'd understand. When everything's made to be broken, I just want you to know who I am... (Goo Goo Dolls)]



O silêncio fez parte de minha noite. Assim como em minha tarde. Misterioso, sem dizer porque estava aqui. Apenas estava. Ao meu lado, calmo, quieto. Aqui. Fiquei um tanto pensativo a princípio. Mas logo me habituei com a sua presença. É meu velho conhecido, verdade seja dita. Mas há muito não tínhamos um encontro tão duradouro. Ele não me permitiu adormecer ontem. E também não me permite ficar quieto hoje.
Fica a soprar meu ouvido. Terá nome esse silêncio? Talvez tenha. Se não tivesse não existiria. Seria apenas nada. Tem sim. Se me minha mente não para por um instante sequer, é por causa desse nome. Mas que nome será esse? Nem eu sei ao certo. Talvez saiba. Mas a incerteza impede-me de pronunciá-lo. Desconheço seu nome, seu motivo de existência. Mas essa existência perdura através das horas.
Em alguns momentos traz alento. Acalma-me. Mas apenas quando em nada penso. Se penso, deixa-me inquieto. É melhor não pensar. Mas se pensar, poderei desvendá-lo. Seria tamanho atrevimento mera tentativa. Posso ousar a fazê-lo. E devo? Isso já não cabe a mim decidir. Deixe o tempo trazer-me as respostas. Mas sei que a ansiedade me corroerá se esperar. O tempo é relativo nessas horas. Como em todos os momentos. E como em todos os momentos, é curto demais. E só se passa uma vez.
Talvez esse silêncio se dissipe no fim desta tarde. Assim espero. Mas como o farei? Outra incógnita a formar-se em minha cabeça. Mas pretendo fazê-lo. Restam-me algumas horas para pensar em possível solução. Mas se pensar demais, ele estará a soprar meus ouvidos novamente. Não raciocinarei corretamente. Este simples sopro atormenta-me. Nenhuma palavra, apenas sopro. Mas se proferisse palavra, já não seria mais silêncio. Seria apenas nada. Seria apenas vazio.

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