quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Relâmpagos de um anonimato...


[I woke up in a dream today to the cold of the static and put my cold feet on the floor. Forgot all about yesterday... (Linkin Park)]

Chove chuva sem cessar. Chuva chove sem molhar. Chuva chove sem se mostrar. A janela está úmida. Escorre pequena gota de água. Mas os olhos não conseguem ver mal tempo algum. Manhã clara em dia limpo. O relógio de pulso na cabeceira da cama havia indicado três da madrugada. Talvez nessa hora houvesse chovido. Mas a falta de sono impedia a diferenciação dos atos e objetos. Apenas gosto amargo.
Gosto amargo do ódio. Ódio destilado nas veias. Subindo ao cérebro. Aliando-se à ira. Temerosa fusão resultante de dias de agonia. Sem motivo, sem razão. Na verdade razão alguma. Se houvesse razão, haveria pensamento, raciocínio. E se houvesse raciocínio. Já não haveria mais ação instintiva. Haveria ausência de selvageria. Mas não houve ausência.
Houve presença. Em um olhar fitando o nada. Paralisado, porém descomedido. Apenas ali. Lá. Sem lugar. Apenas estava.

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